sexta-feira, 4 de março de 2011

ANÁLISE DE MARX - O CAPITAL (MERCADORIA, MAIS-VALIA)

Em “O Capital”, Marx busca explicar como funciona a sociedade do capital. Logo no primeiro capítulo, denomindado “A Mercadoria”, o autor busca explicitar a coleção de mercadorias que há na sociedade. A riqueza é produto dessa abundância de mercadorias. O mercado no âmbito individual, elementar e de maneira simples é mostrado na obra.

  • ·         COLEÇÃO DE MERCADORIA: modo geral da mercadoria;

  • ·        MERCADORIA ELEMENTAR: modo individual, simples, “coisa”, que atende a uma necessidade.

A propriedade da mercadoria diz respeito ao caráter de uso da mesma; ela aqui é vista como objeto com utilidade. Ex: caneta.

A MERCADORIA POSSUI DUAS DIMENSÕES: são elas a abstrata ou social, relacionada ao papel que ela desempenha na sociedade; dimensão de troca, pela quantidade de trabalho utilizado para produzir tal coisa.

A mercadoria vem do trabalho, e seu valor está atrelado à ele. Quanto maior a quantidade de trabalho (tempo, trabalho, matéria prima, especialização) aplicada sobre a mercadoria, maior o seu valor de troca. Nota-se que a mercadoria é a intermediária da relação social, mas ela mascara essa relação = MERCADORIA COMO FETICHE.

MERCADORIA: 
- valor de uso – trabalho concreto
- valor de troca – trabalho abstrato

A mercadoria representa a força de trabalho em geral e na sua especificidade, e a própria força de trabalho é uma mercadoria, que em contrapartida produz outras mercadorias.

Trabalho concreto: considera a especificidade de cada profissão;
Trabalho abstrato: trabalho “em geral” enquanto dispêndio de energia laborativa

  • O trabalhador vende sua força de trabalho em troca de salário (o preço da força de trabalho) por uma determinada jornada de trabalho.
SITUAÇÃO: Em 8 horas de trabalho, 5  horas são o “trabalho necessário” realizados pelo trabalhador que equivalem ao seu salário. As 3 horas restantes geram o “trabalho excedente”, que é a mais-valia.

·         A mais-valia equivale ao valor gerado no processo de trabalho que é incorporado ao capital, e a LÓGICA DO CAPITAL impõe a busca cada vez maior da mais-valia.

Ela pode ser dividida em:
Mais-valia absoluta – ampliação da mais-valia por meio do prolongamento da jornada de trabalho; esta é limitada.
Mais-valia relativa – ampliação da mais-valia por meio de ganhos de produtividade usando tecnologia; esta é ilimitada.


QUEDA DO FEUDALISMO E TRANSIÇÃO PARA O CAPITALISMO

FATORES QUE DETERMINARAM A QUEDA DO FEUDALISMO:
  • ·         mudanças na técnica de cultivo da terra;
  • ·         expansão territorial (cruzadas);
  • ·        renascimento do comércio à distância e crescimento das cidades;
  • ·         mudanças nos hábitos/padrão de consumo;
  • ·        pressão das relações sociais (assalariamento e arrendamento).


TRANSIÇÃO PARA O CAPITALISMO

A transição para o Capitalismo ocorre mediante a mercantilização crescente das relações sociais; o Capitalismo é o “mundo das mercadorias”.

O conceito de MERCADORIA é o ponto de partida para o entendimento da sociedade do capital.

No Feudalismo havia um capitalismo comercial, um mercantilismo, uma acumulação primitiva do capital, com uma base pouco desenvolvida e violenta; havia exploração do colonial, escravidão; formação do proletariado (também violenta).

Mercantilismo - fase de transição; a lógica do capital (valor que gera mais valor) está restrita à esfera da circulação: a base é o comércio.

Capitalismo – pressupõe unificação dos mercados e está ligado à criação da noção de Estado Moderno.

Capitalismo Industrial – a lógica do capital transforma a produção, especializa o trabalho: quanto mais há mercadorias, maior a divisão e especificação do trabalho.
A troca no capitalismo é intermediada pelo dinheiro, não há mais o escambo, prática utilizada na Idade Média para fins comerciais.

EXÉRCITO INDUSTRIAL DE RESERVA: contingente de trabalhadores nas ruas pressionando os que trabalham, esperando pela sua vaga. Era assim que era a sociedade na época da transição para o Capitalismo.

PROLÉTÁRIO: surge do cercamento: o servo é expulso da terra pelo nobre; sua única saída é trabalhar nas propriedades privadas nas condições impostas pelos donos das “empresas”, situadas nas cidades. O proletário se torna assalariado vendendo sua força de trabalho, que é sua mercadoria.

A EVOLUÇÃO DO CAPITALISMO, MAURICE DOBB - CAPÍTULO 2

II – O declínio do feudalismo e o aparecimento das cidades

1.

Para o historiador constitucional: a posse de terra como fonte do poder político;
Para o jurista: sua essência era determinada pelo status do senhor feudal;
Para o historiador de economia: o cultivo da terra pelo exercício de direitos sobre pessoas.

Para Profº P. Struve: vínculo contratual, mas indissolúvel entre serviço e cessão de terras, entre obrigação pessoal e direito real.

Seu início para alguns historiadores é datado de 1350 e seu fim se deu no séc. XVII.

Para alguns historiadores adpetos das teorias marxistas, como o Profº M.N. Pokrovsky, feudalismo é visto como uma economia natural, auto-suficiente em contraste à economia de troca monetária que tem o consumo como objetivo, contudo, no ocidente tal noção tem maior afinidade com historiadores alemães.

Definição do autor do texto: modo de produção, querendo significar servidão pois há uma força imposta ao produtor pela força e independentemente de sua vontade para satisfazer certas exigências econômicas de um senhor, quer tais exigências tomem a forma de serviços a prestar ou taxas a pagar.

Tal força empregada pode ser militar (possuída pelo senhor feudal); costume (apoiado por algum procedimento jurídico; força da lei.

O feudalismo diferencia-se da escravidão, pois, enquanto no feudalismo o trabalhador é autônomo e tem a posse dos meios de produção, o escravo trabalha com condições de trabalho pertencentes à outros e se assemelha o modo feudal da escravidão enquanto o feudalismo enseja uma relação de propriedade direta entre senhor e servo, de modo que o produtor direto não seja livre.

Diferença entre feudalismo e capitalismo: -  no capitalismo o produtor não é mais independente, está divorciado dos seus meios de produção e da possibilidade de prover sua subsistência assim como na escravidão; contudo, inversamente à escravidão, sua relação com o proprietário dos meios de produção que o emprega é puramente contratual: perante a lei, o trabalhador é livre para escolher como trocar de patrão.

No sistema feudal há baixo nível de técnica, pois os instrumentos de produção são simples e em geral baratos, o ato de produção tem caráter individual. A divisão do trabalho mostra-se em nível primitivo de desenvolvimento e o caráter da produção visa atender a necessidades imediatas, como a de subsistência e não um mercado amplo.

É também o feudalismo associado à descentralização política, com a posse de terra nas mãos dos senhores que geralmente prestavam funções judiciárias ou semijudiciárias em relação a população dependente. A posse de terra é, portanto, uma das principais características do sistema feudal.

2.

O crescimento do comércio trouxe o comerciante e a comunidade comercial para dentro da sociedade feudal. Houve a circulação crescente de dinheiro atavés da troca (penetrando na auto-suficiência da economia senhorial), a presença do mercador trouxe a intenção de troca de produtos excedentes e produção para o mercado. A renda em dinheiro passou a ser a ambição dos senhores feudais assim como os serviços dos servos. Desenvolvia-se um mercado de empréstimos e outro de terras.

A transformação da sociedade feudal em sociedade capitalista foi um efeito das trocas e do dinheiro. Uma economia natural e uma economia de troca não podem agir em conjunto e a segunda sobrepõe-se à primeira indubitavelmente.



ANÁLISE 2

Quando se trata do termo capitalismo, em toda sua complexidade é inegável a importância do pensamento de Marx, quando Stedily o interpreta da seguinte forma:




"... como o modo de produção em que operários assalariados, despossuídos dos meios de produção e, juridicamente livres, produzem mais-valia; em que a força de trabalho se converte em mercadoria, cuja oferta e a demanda se processam nas condições da existência de um exercito industrial de reserva, em que os meios de produção assumem a forma de capital, de propriedade privada destinada à produção ampliada sob forma de que se destina ao mercado" (STEDILY, 2004, p. 16)



Segundo Maurice Dobb, na sua obra, A evolução do Capitalismo, Weber comenta sobre o capitalismo da seguinte forma:

Ele (o capitalismo) está presente onde quer que a provisão industrial para as necessidades de um grupo humano sejam executadas pelo método da empresa, e um estabelecimento racional como um estabelecimento com contabilização do capital. E usou a expressão "espírito do capitalismo" para descrever a atividade que busca o lucro, racional sistemático (Dobb, 1987, p. 15).

Muito são os autores que escrevem e discutem sobre o inicio do capitalismo, alguns afirmam que sua gênese é anterior mesmo ao feudalismo; acreditando esses defensores que em épocas diferentes da história tem reinado sempre atitudes econômicas diferentes e que é esse o estopim que tem criado a forma que lhe corresponde (o capitalismo) e com isso uma organização econômica. Há outros que atribuem a "existência" do espírito do capitalismo até mesmo nas sociedades mais simples e remotas, como é o caso de Sombart. Para este, "o homem pré-capitalismo era um homem natural que concebia a atividade econômica como simples aprisionamento de suas necessidades naturais (SOMBART apud Dobb, 1987, p.15). E por fim (não querendo dizer que este foi o ultimo, tampouco o primeiro a teorizar sobre o capitalismo, más é louvável reconhecer a importância de seu axioma para com o modo capitalista de produção) Marx, que deu a maior contribuição teórica e é considerado o pioneiro em realizar um estudo teórico/sistemático do sistema capitalista.

Dessa forma, com o declínio do feudalismo, as cruzadas e o ressurgimento do comercio; tudo isso somado conhecimento científico, Marx buscou na Inglaterra (berço da Revolução Industrial), a luz para o desabrochamento teórico e prático do capitalismo. Isso porque, aquele país foi palco de uma das maiores técnicas, científicas, políticas, econômicas e sociais sem precedentes na história. Tal transformação ficou conhecida como Primeira Revolução Industrial e modificou demasiadamente tanto o modo de produzir daquela sociedade, quanto próprio modo de pensar e viver.

Assim, podemos dizer que o capitalismo surgiu quando por circunstancias diversas, uma enorme quantidade de riquezas se acumula nas mãos de uns poucos indivíduos, interessados sempre em obter mais lucros. De inicio, essa acumulação se deu através da pirataria, do roubo (acumulação mercantil), dos monopólios e do controle de preços praticados pelos Estados Absolutistas, tendo estes no "comando", a burguesia. Mais foi na Inglaterra (através da Primeira Revolução Industrial) que o modo de produção capitalista se desenvolveu plenamente por maio da formação de uma classe de trabalhadores livres de senhores (relação servil) e sem propriedades, apenas com a sua força de trabalho para vender como mercadoria.

Eric Hobsbawm alerta sobre a influência e preponderância do capitalismo da seguinte forma:
Era, em primeiro lugar, um mundo que não consistia apenas de fábricas, empregados e proletários, o que tivesse sido transformado pelo enorme progresso do setor industrial. Por mais espantosas que fossem as mudanças trazidas pelo avanço da indústria e da urbanização em si mesmos, não são necessários para medir os impactos do capitalismo (HOBSBAWN, 2004).

O fato é que o capitalismo não "nasceu" de repente, e sim de forma gradual, e seu crescimento foi e é muito além do que muitos imaginam. E que desde seu surgimento houve e ainda há (com mais intensidade) transformações radicais no meio social, produtivo, político e econômico.

Fonte: http://www.webartigos.com/articles/14411/1/A-Evolucao-Politico-economica-do-Capitalismo-Da-Producao-em-Serie-a-Producao-Flexivel/pagina1.html

INTRODUÇÃO À ECONOMIA, MERCANTILISMO, CAPITALISMO E CAPITAL

INTRODUÇÃO À ECONOMIA

Definições acerca da matéria:

A disciplina Introdução à Economia visa o estudo dos valores e das riquezas, e sua distribuição.
A Economia é uma base, a infraestrutura, que é imprescindível para a sobrevivência da sociedade. O Capitalismo é a base econômica da nossa sociedade atual.

Definição de Mercantilismo:  é o capitalismo comercial, que posteriormente se transformou em Capitalismo Industrial; no Feudalismo, a base econômica era agrícola.

Base econômica: quem produz? O que se produz? Ela está relacionada ao modo de trabalho da sociedade.

Tudo isso engloba relações sociais de caráter cultural, costumes, moral, valores, religião, crença, justiça, ideologia, tradições, que formam a SUPERESTRUTURA da Economia.

Capitalismo: construção humana históricamente determinada:
  • ·         O explorador é o homem;
  • ·         O explorado é o homem livre;
  • ·         Visando o acúmulo de capital, lucro. Nessa relação, há o salário.
A SOCIEDADE ATUAL É COMANDADA PELA LÓGICA DO CAPITAL

Definição de Capital: valor que se valoriza constantemente; o dinheiro é a representação do capital e o valor passa a ser capital a partir do momento que o dinheiro é investido.


 
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