sábado, 9 de abril de 2011

SKIDMORE - DE GETÚLIO A CASTELO - 1976 [PDF]

Livro que consta na bibliografia complementar de Sociedade e Cultura no Brasil Contemporâneo e, atenção, cairá na prova! :)

Para baixar, clique aqui.

"O ESTADO NOVO - ESTRUTURA DO PODER E RELAÇÕES SOCIAIS - CAP II - ELI DINIZ E CAMARGO - ANÁLISE

Dentre os vários autores que se propõem a estudar o Estado Novo, todos coincidem no que se refere ao caráter "centralizado e monolítico do Estado brasileiro durante esse período." (p.95) Nessa linha de interpretação, as questões que se colocam em primeiro plano são aquelas relacionadas à construção e aperfeiçoamento desse modelo de Estado, caracterizado por forte, centralizado, apartidário e distante das forças sociais. 

"Em alguns casos, a análise identifica o fortalecimento do Estado através da concentração de poderes no Executivo (...)" (p.95, 96), que se manifesta por estabelecimento de maior autonomia do poder federal, restrição da autonomia estadual, mecanismos de intervenção na economia, entre outros. Sem questionar essas conclusões, Diniz e Camargo acreditam que essa abordagem não é suficiente se os pontos de articulação entre Estado e Sociedade não forem explicitados. 

"A discussão do significado da centralização e fortalecimento do Poder Nacional nos anos 30 pode ser encarada sob dois ângulos distintos." (p. 96) O primeiro deles é o aspecto explorado pela ideologia oficial, que parte do pressuposto "de que a centralização, enquanto fator de organização e integração da nação, torna-se simultaneamente eficaz como instrumento de realização dos interesses coletivos." (p.97) Isso se dá pela eliminação do excesso de federalismo existente até os anos 30 e "a destruição dos canais de participação e representação política." (p. 98)

O segundo ângulo diz respeito às relações entre o aparelho estatal e as forças sociais que se afirmavam no quadro de transformações que se apresentava. "O Estado Novo representaria historicamente uma etapa no processo de incorporação à vida política das novas camadas sociais que acompanham o desenvolvimento e diferenciação da economia brasileira (...)" (p.98). "Dessa forma, a destruição dos instrumentos de poder comprometidos com a antiga ordem impôs-se como condição da afirmação dos interesses" (p.100) destas.
O período que antecede a implantação do Estado Novo é marcado por uma crise política. Há setores ligados a industrialização emergindo, acirram-se as cisões regionais e a unidade da oligarquia agroexportadora se rompe. É a incapacidade dos diferentes setores dominantes se sobreporem que cria condições de surgimento de um Estado forte "como condição de preservação da ordem e, portanto, de sobrevivência das classes dominantes" (p.102), que se caracteriza "pela acomodação entre os diversos atores em confronto." (p.101) Não se pode dizer que a centralização causou a perda da influência exercida pelos diversos grupos, mas os canais de acesso e influência foram redefinidos com o novo modelo.

Partindo dessas observações, os autores consideram que o Estado que se consolida entre 1937 e 1945 é heterogêneo e complexo, o que os leva a concebê-lo como um conjunto diferenciado e não monolítico e que os vínculos com grupos externos como parte integrante da dinâmica burocrática são centrais na análise da política no período considerado. Também consideram que o Estado Novo não é uma ruptura em relação à experiência liberal, na medida em que a centralização já havia se consolidado com a Revolução de 30 e não pode ser analisado isoladamente porque é decorrente de um processo.
Sobre a Revolução de 30, questiona-se o caráter de conservação ou mudança no quadro político nacional. Alguns analistas acreditam que foi um processo "sem qualquer reformulação substancial da estrutura econômico-social existente." (p.105) Para outros, a década de 30 foi crucial na evolução do país, pois significou a passagem para a sociedade de base urbano-industrial.

Também há uma divergência entre os autores a respeito das diretrizes econômicas do primeiro governo Vargas. Alguns acreditam que era antimodernizante, outros destacam seu impacto inovador pelas medidas favoráveis à implantação de um pólo urbano-industrial. O que cabe ressaltar aqui é a importância dada às variáveis externas e minimização dos atores internos nas transformações que marcaram o período considerado: de um lado a industrialização é entendida como simples reflexo da crise internacional, de outro, para os que enfatizam a orientação conservadora, a interferência da elite "teria determinado a incapacidade de o sistema reagir favoravelmente aos estímulos externos (...)" (p.108). 

Contrariando essas visões, os autores destacam a importância estatal não apenas num sentido reativo, mas mais autônomo e específico. As transformações não podem ser minimizadas, embora a estrutura de dominação pouco tenha se alterado. Dito isto, os autores aceitam a terminologia de Moore, "modernização conservadora", para classificar as transformações decorrentes da Revolução.
Para os autores Villela e Baer, foi nos anos 30 que a industrialização ocorreu de fato, porque é quando se observa mudanças profundas na estrutura da economia (além do aumento da participação da indústria, a produção deixou de ser focada na exportação). O Estado Novo é um momento nesse processo e sua ação está associada à redefinição das classes a partir da incorporação da classe emergente sem desalojamento da elite agrária que até então detinha o poder. Embora houvesse pressão, o novo pacto político foi favorecido e os setores produtivos emergentes puderam se expandir e se consolidar. 

Quanto à estrutura da produção industrial, pode-se dizer que as indústrias básicas dobraram sua participação no mercado, enquanto que as tradicionais tiveram sua participação diminuída. Com a Segunda Guerra, a indústria teve sua produção limitada por dificuldade de importação de máquinas e matérias-primas. A intensa utilização do equipamento existente teve como consequência o comprometimento de uma grande parte da capacidade produtiva. 

Quanto à caracterização das forças sociais que impulsionaram a industrialização, a literatura política salienta a importância da atuação de grupos técnicos ligados ao governo na formulação e implementação de medidas industrializantes, ao lado da elite política como agente da modernização. Os autores deste texto, entretanto, pretendem chamar atenção para a importância da burguesia industrial, que comumente são considerados irrelevantes por sua incapacidade de assumir a hegemonia do processo de implantação da indústria. Discordando deste ponto de vista, Diniz e Camargo demonstram a intensa atuação desenvolvida pela burguesia, que ganhou visibilidade nas instâncias decisórias e através da identificação com o pensamento autoritário (com exceção do intervencionismo estatal no acesso aos centros de decisão). 

Na literatura política brasileira, há um predomínio na ênfase a relativa indiferenciação de interesses das elites rural e industrial, tanto no período anterior a 30, quanto durante o processo revolucionário. Em contraposição, alguns estudos fazem essa diferenciação quando se inicia o processo de industrialização. O que ocorre é que há momentos de cisão e de recomposição- nem sempre o atendimento de interesses da indústria desagradava o setor agroexportador-, o que se explica pela inexistência de resistência a alteração da ordem social (lembrando que a elite cafeeira foi a matriz social da burguesia industrial). A política cafeeira permaneceu como aspecto prioritário da política governamental e a industrialização apareceu como alternativa ao crescimento econômico e proteção do setor que estava em crise. 

Todavia, a industrialização ganhou força e isso implicou mudanças significativas no que tange a realocação de recursos e benefícios, bem como o controle do comércio exterior, criação de medidas protecionistas, demandas que exigiam uma ruptura com o marco institucional vigente, o que representaria por si só um fator de tensão nas relações entre as forças sociais do confronto, já que os comissários do café aos poucos foram perdendo sua função e poder de decisão, mas eventuais alianças eram necessárias para garantir recursos para que os industriais alcançassem seus objetivos. Pode-se dizer que o fortalecimento estatal e a rearticulação das alianças entre as elites desdobrar-se-iam de forma estreitamente interdependente e assim o Estado podia impor limites às alianças. 

"As forças que lideraram a Revolução de 30, embora conscientes da necessidade de destruir a hegemonia da burguesia agroexportadora paulista, (...) não iam muito além da contestação do antigo regime." (p.117) A criação de uma ideologia própria do empresariado industrial foi fundamental, na medida em que foram os primeiros a questionar os princípios até então dominantes. Sua importância também se encontra na participação não só no sentido de estimular opções ideológicas, mas de uma atuação ativa pela presença de industriais em órgãos de formulação de política econômica. 

O Estado forte e centralizado foi ganhando força, desestruturando as bases regionais numa tentativa de nacionalização das decisões e adquirindo habilidade de administrar os diversos interesses em jogo. Esta linha de evolução se afirmaria sem grandes oscilações e culminaria com o golpe de 1937, que consolidou o regime autoritário. A participação das classes como base do poder era uma forma de legitimar o sistema, assim como utilização de mecanismos de proteção da máquina governamental de influências exteriores. Observa-se, então, o estreitamento do círculo dos detentores do poder, articulações e alianças com o setor privado e também uma preocupação com massas que se expressa pela legislação trabalhista como elemento prioritário da pauta política. Qualquer mobilização fora do controle do Estado era fortemente reprimida. 

A centralização política foi possível devido a alguns mecanismos como a faculdade de governar por decretos-leis, as interventorias (que constituíam o elemento-chave na relação entre Governo central e Estados, enfraquecendo efetivamente as oligarquias regionais), o fortalecimento do poder burocrático-estatal, (que com institutos, autarquias e conselhos econômicos –principais formas de acesso dos grupos privados ao poder central- adquiria maior poder de intervenção na economia, surgindo, a partir daí, formas embrionárias institucionalizadas de planejamento econômico), entre outros. Apesar dos esforços, a ausência de uma ordem dos órgãos consultivos resultou num "quadro não muito coerente, marcado pela coexistência de setores, livres e regulados, sem coordenação entre si" (p.138), dificuldade existente devido à complexidade da estrutura de poder que se configura neste período.

Entre os aspectos que fundamentariam a centralização política, é preciso destacar o papel do Exército, que teve participação ativa no processo decisório, sobretudo a respeito do desenvolvimento da infra- estrutura industrial, apesar de se manter a margem da discussão sobre industrialização até ver-se necessária a criação de uma indústria interna para suprir suas necessidades. O papel exercido pelas Forças Armadas não pode ser reduzido a um simples instrumento getulista, já que se afirmava enquanto organização que perseguia objetivos próprios, "questionando a validade da utilização da corporação militar pelas facções políticas em suas disputas internas." (p.144)
"A força do Estado, nesse período, está relacionado com a ausência de interesses hegemônicos numa estrutura de poder marcada por diferenciação crescente." (p.130) A queda do Estado novo, além de influenciada pelo término da guerra e vitória das potências democráticas, demonstrava uma situação extrema, "em que a ameaça da transgressão do grau de arbítrio exercido pelo Estado" (p.130) restauraria a unidade da aliança preponderante em torno de uma proposta de mudança de regime político. 

DINIZ, Eli e CAMARGO, Aspésia. O Estado novo: estrutura de poder. Relações de classes. In FAUSTO, Boris (org.) História Geral da Civilização Brasileira. Tomo III, vol. 10, cap. 2.

quarta-feira, 6 de abril de 2011

AULAS DE ECONOMIA

ECONOMIA

- INFRA ESTRUTURA: toda a sociedade humana tem uma base econômica (alicerce). A nossa estrutura é o capitalismo.

- feudalismo;
- mercantilismo;
- capitalismo comercial;
- capitalismo industrial.

A forma como a sociedade humana se organiza para produdir é a BASE ECONÔMICA dessa sociedade.

RELAÇÕES SOCIAIS: determina-se as classes sociais através da base econômica da sociedade.

SUPER ESTRUTURA: tem a ver com a ideologia, com as culturas. São valores sociais.
 

Estudar o feudalismo nos permite compará-lo com o capitalismo. Ele é um sistema históricamente determinado. Tem início, meio e fim.

CAPITALISMO: visa o lucro. A sua base é o capital. A sociedade é comandada pela lógica do capital (acumulação de bens).

CAPITAL: é o valor que se valoriza. O dinheiro torna-se capital a partir do momento que você investe nele. O dinheiro, portanto, é a representação do capital.

MODO DE PRODUÇÃO FEUDAL

FEUDO: extensão delimitada de terra. É importante aprendermos sobre o feudalismo para fazer a comparação com o sistema atual: a base econômica feudal é rudimentar e é caracterizada por uma unidade econômica auto-suficiente.

BASE ECONÔMICA: o feudo é auto-suficiente, baseado na economia de subsistência (para o próprio consumo de quem produz). Há um reduzido desenvolvimento da divisão do trabalho (só se produz aquilo que se consome). A base técnica é rudimentar (tecnologia simples).
 
Ideologia feudal: religião (ética paternalista cristã); relação de fraternidade entre os irmãos (preço justo e pecado da usura).

Servo: é um ser humano que tem direitos.
Escravo: é uma mercadoria que é vendida.

- Adam Smith: fundador da teoria econômica.

IDEOLOGIA FEUDAL/MEDIEVAL

“Ética Paternalista Cristã”

- preço justo;
- pecado da usura
- atividade artesanal regulada pelas guildas (corporações de ofício)
- caráter estático da base econômica

FATORES DETERMINANTES DO DECLÍNIO DO FEUDALISMO

Houve uma conjunção de fatores:

- mudanças na técnica de cultivo da terra;
- expansão territorial/cruzadas;
- renascimento do comércio à distância e crescimento das cidades;
- mudanças nos hábitos/padrão de consumo;
- houve pressão para ampliação do excendente; monetização das relações sociais (dinheiro, assalariamento e arrendamento da terra);

- o declínio do feudalismo decorre da interação de fatores internos e externos; as relações sociais vão se mercantilizando. As cruzadas fizeram com que houvesse uma dinâmica entre a população. O dinheiro é o facilitador de trocas (intermediário).

Marx diz que num certo sentido, o trabalho é igual, do ponto de vista social e econômico. Quando se troca mercadoria a mesma é trocada pelo valor de troca de outro produto. A exploração no capitalismo, portanto, está contida no sistema de trocas. O salário é o preço da força de trabalho. A força de trabalho é uma mercadoria que produz outras mercadorias. O valor é gerado no processo de produção e deve ser valorizado, aprovado.

TRANSIÇÃO PARA O CAPITALISMO COMERCIAL/MERCANTILISMO

- acumulação primitiva do capital: havia uma base prévia e anterior (inicial) e base pouco desenvolvida, que era violenta;
- exploração colonial/escravidão;
- formação do proletariado (passo inicial da revolução industrial, havia trabalhadores livres e assalariados);
- a transição para o capitalismo ocorre mediante a mercantilização crescente das relações sociais.

CAPITALISMO VISTO COMO MUNDO DAS MERCADORIAS

- o conceito de mercadorias é visto como “ponto de partida” para o entendimento da sociedade do capital.

HÁ UM DUPLO CARÁTER DA MERCADORIA:

1)    VALOR DE USO (trabalho concreta)
2)    VALOR DE TROCA (trabalho abstrato/social)

CERCAMENTO: o nobre expulsa o camponês de sua terra que passa a ser propriedade privada. O camponês com seus filhos vira proletário. Agora, sua mercadoria é sua força de trabalho, sua disposição à ele. Assim ele vira trabalhador assalariado.

PIB: produto interno bruto, valor das mercadorias que o país produz no período de um ano.

A mercadoria individual é a forma elementar mais simples da mercadoria. Serve para atender a uma necessidade, para ser útil. É aquilo que se faz para o mercado, para vender. Formada por uma substância abstrata, que vem do trabalho, a mercadoria estabelece uma relação social quando é comprada.

TRABALHO CONCRETO: considera a especificidade de cada ofício; profissão.
TRABALHO ABSTRATO: trabalho “em geral”    , enquanto dispêndio de energia laborativa.

•    O trabalhador vende sua FORÇA DE TRABALHO em troca de salário (o preço da força de trabalho) por uma determinada JORNADA DE TRABALHO.

EXCEDENTE: é a mais-valia. Por exemplo, em 8 horas de trabalho, 5 horas são o trabalho necessário (equivalem ao salário); as 3 horas restantes são o excedente, portanto, a mais valia.

MAIS-VALIA: equivale ao valor gerado no processo de trabalho que é incorporado ao capital. A lógica do capital impõe a busca pela ampliação da mais-valia.

MAIS-VALIA ABSOLUTA: ampliação da mais-valia por meio do prolongamento da jornada de trabalho.

MAIS-VALIA RELATIVA: ampliação da mais-valia por meio de ganho de produtividade ilimitada

O processo de revolucionamento incessante das forças produtivas ocorre com base na ampliação tecnológica da ciência.

O DESENVOLVIMENTO DAS FORÇAS PRODUTIVAS CAPITALISTAS

- Forma lógica pela qual Marx apresenta o revolucionamento do trabalho, a partir do momento que a lógica do capital toma conta da produção das mercadorias e transforma radicalmente o trabalho humano;
- Processo de passagem do trabalho artesanal para o trabalho em grande industria;
- Uma das formas de compreensão é olhando-se para a história;



CAP 11 e 12 de “O Capital”

Marx apresenta o momento de revolucionamento progressivo das forças produtivas (seção IV d'O Capital) como um processo decomposto em três etapas:

- cooperação simples: etapa inaugural da produção capitalista que ocorre com a subordinação formal do trabalho ao capital (subordinação social, mas ainda não técnica);
- a cooperação simples se caracteriza pela reunião de um conjunto de trabalhadores assalariados, produzindo mercadorias similares, sob um mesmo teto para um mesmo capitalista;
nessa etapa não se verifica qualquer alteração no processo de trabalho, que preserva as características do artesanato pré-capitalista;
- há, portanto, um “desajuste” entre a relação social avançada (capitalista) e a base técnica atrasada (pré-capitalista), representando um limite à acumulação do capital;
- apesar de não ser possuidor dos meios de produção, o trabalhador preserva a qualificação do seu ofício;

A AMPLIAÇÃO DA MAIS VALIA SE DÁ PELA FORMA ABSOLUTA

SER HUMANO: trabalho vivo, elemento subjetivo do processo de produção.

O processo de produção depende da interação entre gente e coisa; aqui surge o trabalho.

PROLETÁRIO: sujeito que só tem a força de trabalho para vender;

MERCADOR: intermediário na relação do artesão independente com o mercado;

SUBORDINAÇÃO SOCIAL: passagem de artesão independente para proletário, onde o sujeito emprega sua força de trabalho; o trabalhador se torna submisso.

MANUFATURA COMO DIVISÃO DO TRABALHO

•    O processo produtivo é decomposto em uma sequência de movimentos simples que são executados por diferentes trabalhadores;
•    O trabalho parcelar amplia significativamente a produtividade do trabalho (mais-valia relativa);
•   A expansão da mais-valia relativa é, no entanto, limitada pela permanência do elemento subjetivo (trabalho vivo) como determinante do ritmo de produção;

O SER HUMANO É UM INSTRUMENTO IMPERFEITO DE PRODUÇÃO

•    Ocorre a desqualificação/desvalorização do trabalho com a especialização (trabalho parcelar);
•    O capital ainda não superou completamente os limites da produção baseada na destreza e habilidade dos trabalhadores, por isso, a subordinação é ainda formal (não é técnica);
•    O revolucionamento das forças produtivas leva, nessa etapa, à separação entre a CONCEPÇÃO e a EXECUÇÃO, esvaziando o “sentido do trabalho”.

O trabalhador qualificado é valorizado, pois não é fácil achar outro como ele. O especialista é desqualificado, pois é especialista apenas em uma determinada àrea, não sabe fazer o resto do trabalho.

Através do conceito de mercadoria é possível entender o processo de acumulação de capital; ao produzir mercadorias, entendemos o processo de produção como um processo de geração de riqueza abstrata, daí recorre a ideia de mais-valia.

A extração do capital de forma absoluta representa um problema, por risco de matar o trabalhador.


CAPITAL é muito visto como entidade sádica, que explora o trabalhador; algo como maldade e perversão; a exploração de trabalho na verdade não é o objetivo de capital, seu objetivo é VALORIZAR O VALOR. Para isso, ele precisa explorar o trabalho, que na lógica do capital, atrapalha inclusive. Olhando para o processo, a exploração é um meio para valorizar o valor.

O TRABALHO DO HOMEM É RACIONAL

MAQUINARIA E GRANDE INDÚSTRIA

•    As ferramentas são retiradas das mãos do trabalhadores e incorporados à um mecanismo automático;
•    O ritmo da produção já não mais depende do esforço dos trabalhadores, mas sim da APLICAÇÃO TECNOLÓGICA DA CIÊNCIA à parte objetiva do capital;
•    O trabalho vivo é progressivamente substituído pelo trabalho morto como elemento central da produção (“o trabalho apendicizado, trabalho morto”);
•    Os ganhos de produtividade expandem a produção de mais-valia relativa sem limites definidos;
•    Nessa etapa ocorre a SUBORDINAÇÃO REAL DO TRABALHO AO CAPITAL (subordinação social e técnica);
•    Com a maquinaria, o capital encontra sua base técnica ideal, com a constituição das forças produtivas especificamente capitalistas;
•    Contudo, há o capital como “contradição em processo”

O ADVENTO DA MAQUINARIA REPRESENTA, PORTANTO, O TRIUNFO DA LÓGICA DO CAPITAL SOBRE AS FORÇAS PRODUTIVAS, MAS TAMBÉM APRESENTA A MANIFESTAÇÃO DO CARÁTER CONTRADITÓRIO DO DESENVOLVIMENTO CAPITALISMO.

•    O trabalhador trabalha sob pressão constante. E sabe que pode ser substituído facilmente. O capitalismo empurra esse fenômeno, do trabalhador ser substituído pelas máquinas.

AUTONOMIZAR: tornar autônomo;
Parte subjetiva: se refere ao homem; pessoa
Parte objetiva: se refere às coisas; objeto

APENDICIZADO: parte dispensável, não faz falta. O trabalhador se torna substituível, desnecessário.

AS CRISES CAPITALISTAS OCORREM PORQUE SOBRAM MERCADORIAS E NÃO PORQUE HÁ FALTA DELAS.

A REVOLUÇÃO INDUSTRIAL (1780-1840)

Localizada geograficamente na Inglaterra e setorialmente na indústria têxtil.

> o processo é marcado por uma recessão de inovações relacionadas combinadas (processo cumulativo) e ampla difusão.

Características:
- força motriz animada é substituída pela inanimada - produção centralizada na fábrica - trabalho assalariado - divisão do trabalho (especalização, desqualificação) - senhos de produtividade ilimitados
Por que a revolução industrial ocorre inicialmente na Inglaterra e no setor têxtil?
- oferta abundante de matéria-prima (lã e depois algodão) - oferta de mão-de-obra - liberdade produtiva (fim de controles corporativos) - liberdade de comercialização (unificação do mercado nacional) - crescimento populacional - renda elevada e melhor distribuição - expansão do mercado exterior

AGLOMERADO DE INOVAÇÕES RELACIONADAS: cumulativa (uma vai se dando em razão da outra, difusão) – uma inovação se propaga, sua dimensão se amplia.

QUAIS FATORES DETERMINAM A PRECOCIDADE DO INDUSTRIALISMO BRITÂNICO?
 
Em 1840 as condições de vida da classe operária eram horríveis. 

A produção em massa exige consumo em massa.

A partir da reunião de trabalhadores assalariados tem-se a cooperação simples, que transforma a atividade em uma forma criativa, social. O trabalho não é mais uma atividade solitária e sim coletiva, desenvolvida por um grupo. A cooperação simples estatui a relação capitalista (o trabalhador recebe um salário, sai da fábrica sem o que produziu nas mãos), porém, as técnicas de produção estão atrasadas. O capital vai penetrar a técnica, a qualificação leva à desvalorização, o trabalhador não admite aceleração da produção de mais-valia.

A partir da transformação do processo de produção existe uma fragmentação das tarefas, um trabalhador só vai exercer uma função. O trabalhador apropria-se de uma maior destreza e as suas funções podem ser substituídas com facilidade colocando outro trabalhador no seu lugar. Logo, o trabalhador fica desvalorizado. Quanto mais produtivo o trabalho, o processo, mais produtos serão criados.

Adam Smith diz que uma nação que tem esse tipo de divisão deixa o trabalhador desqualificado, idiotizado, diz que é preciso existir educação. Já Marx questiona como pode existir tanta riqueza em uma nação tão pobre. Engels diz que foi o trabalho que criou o homem.

O CAPITALISMO DO SÉCULO XIX

•    1780 – 1840: Capitalismo originário
•    1830 – 1840: 1ª crise capitalista
•    1849 – 1875: Grande Expansão
•    1875 – 1896: Grande depressão do séc. XIX

SÉC. XIX – O SÉCULO DO LIBERALISMO

1)    Idéias econômicas;
2)    Capitalismo concorrencial;
3)    Livre-cambismo.

•    As idéias econômicas (economia política clássica);
•    Adam Smith – A riqueza das nações, 1776
•    Divisão do trabalho + interesse próprio + mão invisível = PRESPERIDADE E BEM ESTAR
•    No capitalismo há o interesse próprio, ou seja, é egoísta, só pensa em sí mesmo. A mão invisível é a concorrência.
•    David Ricardo – Princípios da economia política;
•    Teoria das vantagens comparativas – divisão internacional do trabalho: o livre cambismo promove a especialização produtiva das nações

INGLATERRA DO SÉC XIX - a maior potência do mundo se articulava na economia mundial baseadas no livre-cambismo - consenso liberal; os ingleses tinham em comércio a balança de comércio (exportavam muitas coisas mas importavam mais ainda); a maior potência atual são os EUA e tem déficit no mercado, assim como a inglaterra no século XIX (importações maiores que exportações); em serviços a inglaterra se destacava, assim como hoje, e principalmente juros pagos para os bancos ingleses que forneciam créditos para outros países gerando o saldo de juros atual.

As relações econômicas são entendidas no século XIX a partir da teoria do liberalismo; interpreta-se o fenômeno econômica com base na economia politica clássica (Smith e Ricardo); tais autores tem em comum a idéia de que o sistema econômico capitalista é auto-regulado, funciona sem interferência, sem controles - quanto mais livre ele funcionar, melhor.
A idéia de livre mercado e livre concorrências trás benefícios à sociedade (idéia de Estado mínimo, ausente da economia que deve ser tratada pelo privado e não pelo público).

Ricardo: defenda o comércio livre entre as nações trazendo benefícios à elas.
APITALISMO CONCORRENCIAL - marcado por mercados atomisticos
MERCADO ATOMISTICO: mercado com predomínio da pequena empresa (oposto de monopólio)
SEC XIX - concorrência entre pequenas empresas ATUAL - concorrência das grandes empresas
Os oligopólios criam seus próprios preços; o resto das empresas têm seu preço determinado pela concorrência; a pequena quantidade de empresas no oligopólio elas têm um acordo que evita a guerra de preços entre elas - capitalismo oligopólico
SÉC. XIX tinha-se a idéia de que era fácil ter uma empresa no séc. XIX; a mais fácil era a industria têxtil, pois com pouco dinheiro era possível; as barreiras da entrada (financeiras e técnicas ou tecnológicas) são fáceis e baixas, o que permite que para ter uma empresa no setor têxtil até 1850 bastava ter pouco dinheiro 


A INDUSTRIALIZAÇÃO NO SÉC XIX ERA RELATIVAMENTE MAIS SIMPLES DO QUE O DESENVOLVIMENTO DA INDUSTRIALIZAÇÃO NA ETAPA MONOPOLISTA 
 
LIVRE-CAMBISMO
BALANÇO DE PAGAMENTOS - instrumento contábil, de registro de todas as transações econômicas entre um país e o resto do mundo;toda transação que envolve entrada e saída de dinheiro com o país e o resto do mundo ali fica registrado, desde que seja uma transação legal e registradas; algumas transações existentes entre as nações que realizam entrada e saída de dinheiro são as exportações e importações (COMÉRCIO EXTERIOR) - um dos motivos pelos quais o país consegue comprar e vender produtos; há serviços comercializados entre as nações (BALANÇAS DE SERVIÇOS) que não são bens tangíveis e sim são serviços como transporte internacional (navios cargueiros - FRETE), transporte de pessoas e serviços financeiros (O MAIS IMPORTANTE).

CAPITALISMO CONCORRENCIAL

- predomínio da pequena empresa (estrutura de mercado automizado ou automístico);
- reduzidas barreiras financeiras e tecnológicas;
- fim das restrições corporativas;
- livre-cambismo;
- processo generalizado de liberalização do comércio internacional (barreiras tarifárias e não tarifárias);
- propagação do dinamismo econômico britânico;
- era visado para nações em “vias de industrialização” e para economias periféricas.

A TEORIA DAS VANTAGENS COMPARATIVAS significa cada nação se especializando. Cada uma se especializa em determinado papel que desempenha melhor e ficam dependentes umas das outras. Tal especialização acontece de acordo com a divisão internacional do trabalho.

IDÉIAS LIBERAIS: Adam Smith e David Ricardo

O capitalismo do séc. XXI é o MONOPOLISTA.
CAPITALISMO MONOPOLISTA OU OLIGOPOLISTA:  são as empresas que determinam o preço de venda dos produtos. A tecnologia é um resultado de processo cumulativo, de vários anos de pesquisa.

BALANÇA DE PAGAMENTO: todas as transações econômicas legais de um país e o resto do mundo, como a entrada e a saída de dinheiro do país.

MERCADO EXTERIOR: importações e exportações de bens tangíveis (fisícos) = relação de comércio.

BALANÇA COMERCIAL: mais exportação e menos importação.

BALANÇA DE SERVIÇOS: frete (serviços de transportes), seguros, juros, etc.

TRANSFERÊNCIAS UNILATERAIS - transferência apenas de ida, mas sem recebimento em troca; ex: quando pessoas iam trabalhar no exterior e mandavam dinheiro para suas famílias no brasil (algo que diminui continuamente, visto que o país está se tornando receptor de empregados)

O Brasil passou a ser receptor de trabalhores, recebeu trabalhadores de outros países e passou a ser um pólo atrativo.

Investimento de curto prazo: capital especulativo (dinheiro que circula rapidamente)
Investimento de longo prazo: capital que constitui estrutura física como multinacional que monta uma unidade em determinado país (não é um capital que circulará rapidamente e sim que visa criar raízes no local)

CONTA CORRENTE: é o resultado do comércio exterior, da balança de serviços e das transferências unilaterais (comércio exterior + balança de serviços + transferências unilaterais = conta corrente)

CONTA CAPITAL: registra as entradas e saídas de um investimento no país.

DÉFICIT: as importações são maiores do que as exportações (compra maior que a venda)

SUPERÁVIT: as importações são menores do que as exportações (venda maior que a compra)

BALANÇA DE PAGAMENTOS

CONTA CORRENTE:
•    Balança de comércio;
•    Balança de serviços
•    Transferências unilaterais;
•    Conta-capital

CONSENSO LIBERAL:
•    Países em vias de industrialização;
•    Economias periféricas (primário-exportadoras);

1830 – 1840 – PRIMEIRA CRISE CAPITALISTA (crise de excessos)

•    Desenvolvimento das forças produtivas;
•    Automatização crescente;
•    Expansão da oferta;
•    Desemprego (exército industrial de reserva);
•    Trabalho feminino e infantil com menores salários;
•    Situação de fome e desespero da classe trabalhadora (ludistas)

PRODUTOS PRIMÁRIOS: agrícola, atividade extrativa mineral e criação de animais (pecuária);

CRISE DE REALIZAÇÃO: a mercadoria é produzida pelo valor de troca (reconhecimento do valor no mercado pagando-se pelo produto).

NOTAS:
- Smith critica as idéias do Mercantilismo e defende o Liberalismo. Para ele, o Estado deve deixar de interferir na Economia;
- Nosso sistema econômico atual é mercado pelo indivíduo livre, a liberdade individual, portanto, é uma virtude do Capitalismo;
- O sujeito tem o direito de ser rico, de buscar enriquecer e o sistema Capitalista é livre nesse sentido, ninguém é impedido de buscar sua prosperidade, diferentemente dos valores do mundo feudal; sujeito é livre para ser egoísta, visto que nossa sociedade é individualista.
- O egoísmo individual corre em direção ao bem estar coletivo na idéia de Smith.Sua liberdade individual, usada em benefício próprio tem como se fosse uma força, uma mão invisível que o faz no fundo trabalhar em prol da sociedade. “Não é da benevolência do padeiro nem do açougueiro nem do cervejeiro que devemos esperar nosso jantar, mas sim da consideração que eles tẽm pelo seu próprio interesse.” – Adam Smith.

- MÃO INVISÍVEL: idéia de concorrência; ela força o indivíduo egoista a trabalhar visando atender bem seus clientes (para a sociedade) > contudo, sem concorrência o indivíduo não progride; a busca do interesse próprio, portanto, aliada à concorrência gera o bem estar coletivo, mas antes vem o bem estar individual. Nem sempre, contudo, o bem estar coletivo é realmente um bem estar, por isso um governo que fiscalize é necessário. O bem estar coletivo é comprometido pela abertura dos mercados.

VANTAGENS COMPARATIVAS - Defende a idéia da divisão internacional do trabalho: cada nação se especializando, no que chamamos hoje de globalização econômica.

Curiosidades:

Sistema absolutista de governo.
Assim como no período absolutista de governo já existia a separação das classes sociais assim permanece na atualidade. A classe burguesa era considerada e permanece sendo uma classe dominante na sociedade civil, sua representação reflete o domínio da economia e da inteligência. O período absolutista é o marco da transição do nascimento do Capitalismo, neste período ocorreu uma forte centralização nas mãos do rei. A burguesia comercial ajudou muito neste processo, pois interessava a ela um governo forte e capaz de organizar a sociedade. Portando, a burguesia forneceu apoio político e financeiro aos reis, que me troca criaram um sistema administrativo eficiente, unificando moedas e impostos e melhorando a segurança dessa classe social.
Assim como no período absolutista, existe nos dias atuais o apoio das classes altas para com o governo afim de obter benefícios para si. Os burgueses tinham como principal economia o comercio na qual o meio de produção era do proletariado ou seja, que vende sua força de trabalho e seu tempo a fim de se sustentar. E esse sistema permanece em vigor até hoje. As pessoas utilizam daquilo que sabem ou que tem para seu alto sustendo, através da venda.
Exemplo:  um professor para manter seu sustento vende seus ensinamentos para um grupo de alunos ou para uma entidade.

terça-feira, 5 de abril de 2011

ROUSSEAU - O CONTRATO SOCIAL - POWERPOINT

Slide referente às aulas de "O Contrato Social" de Rousseau.

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